I'm Your Man, Columbia (1988)
Já que os Smog não se cansam de citar a poesia lúgubre (clichê? É, e dai) de Cohen, vou reprisar o que disse sobre I'm Your Man. É o segundo e último disco de Cohen na década de 80. A sonoridade do álbum é uma evolução natural do anterior (Various Positions, 1984). A utilização de teclados, sintetizadores e bateria eletrônica são coerentes com as composiões (o que não aconteceu no álbum de 1984). É um disco cruel e irônico. A voz, muito mais grave do que o costume, cospe algumas farpas em "First We Take Manhattan": "You loved me as a loser / but now you worried that just might win/ You know the way to stop me / but you don’t have the discipline. / How many nights I pray for this: / to let my work begin". Em "Everybody Knows", o fim do amor é desacreditado enquanto "Ain’t No Cure For Love" e a faixa título evocam lirismo cínico e cafajeste: "If you want a boxer. I will step into the ring for you / And if you want a doctor, I'll examine every inch of you. / If you want a driver, climb inside. / Or if you want to take me for a ride, / you know you can. I’m your man". A bela "Take This Waltz" é o poema "Pequena Valsa Vienense" de Federico Garcia Lorca (do livro "O poeta em Nova Iorque") magistralmente musicado. O grande momento do álbum, porém, é "Tower Of Song", uma das canções mais pessoais de Cohen: "Well, my friends are gone and my hair is grey. / I ache in the places where I used to play. / And I crazy for love but I’m not coming on. / I’m just paying my rent everyday in The Tower Of Song." A capa mostra Cohen, na época 55 anos, comendo banana, situação repetida pelos seus fãs ilustres (Pixies, Nick Cave, R.E.M., entre outros) no encarte do disco tributo "I'm Your Fan" de 1992.
Ouça Supper, dos Smog - Mas conheça o Cohen primeiro.
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