domingo, dezembro 08, 2002




Jovens Gigantes e Influentes


Young Marble Giants
Colossal Youth (1980)
Credit In The Straight World


Go for credit in the straight world
Look a dealer in the eye
Go for credit in the real world
Won't you try?

I got some credit in the straight world
I lost a leg, I lost an eye
Go for credit in the real world
You won't die

Instant credit in the straight world
Leaving money when you die
Lots of credit in the real world
gets you high


Young Marble Giants
Colossal Youth



Recentemente li no Nocturno 76 uma menção ao album "Colossal Youth" dos Young Marble Giants, banda de Cardiff, país de Gales que teve pouca duração e apenas um disco lançado. A citação foi suficiente para me estimular a busca, na minha caixa de cds, do exemplar que possuo e que me custou tempo e dinheiro para conseguir. Ouvi muito esse disco entre 2000 e 2001 e descobri o verdadeiro sentido da palavra minimalismo.

João Lisboa, do sítio Expresso descreveu corretamente a música dos YMG:

"Estrofe, refrão, ponte, estrofe, refrão (ou muito menos do que isso), só com uma caixa de ritmos manhosa, baixo, guitarra e um daqueles órgãos que já nem o professor de música de uma escola primária de aldeia aceita usar. Nas mãos dos irmãos Moxham e na voz de Alison Statton, foi quanto bastou para, após o sismo punk, redescobrir a quintessência a partir da qual a música - toda a música - se inventa. Altura, duração, volume e timbre, as cores primárias. Melodia, ritmo, dinâmica e cor sonora, as consequências. Colossal Youth era só músculo, osso, tecido conjuntivo e nervo musicais, sem mais nada, a não ser o superior talento para transformar os elementos primordiais numa puríssima arquitectura onde nada faltava e nada estava a mais. Era muito pouco mas era o suficiente para se poder voltar a vislumbrar com clareza onde residia a matéria prima sem a qual é impossível começar seja o que for e que, em última análise, se basta a si própria. De um certo modo, também o lançamento da primeira pedra para o edifício a construir. Ou, no caso, a reconstruir. O que, após a hipertrofia patética dos anos 70 e a higiénica cirurgia dos revolucionários de 76/77, era a melhor forma de inaugurar a década de 80 e antecipar todo o resto que se lhe seguiria".







O instrumental, baseado em instrumentos comuns: Stuart Moxham (guitarra e órgão), Philip Moxham (baixo) e Alison Stattons (vocal e beatbox), foi suficiente para influenciar de Beat Happening, Sebadoh, Magnetic Fields, Galaxie 500, Portishead, Stereolab... No Brasil um de seus mais ilustres fãs foi Renato Russo que em fotos, aparecia sempre com uma camisa do grupo, compôs a eletrônica "Por Enquanto" do primeiro disco da Legião Urbana tentando fazer algo parecido com YMG, e os citou na letra de "L'Age D'Or", do album "V".

Colossal Youth é essência ou mesmo estado bruto do pop em seu mais sublime termo. Todas as faixas reservam delícias, sejam melodias ingênuas e assobiaveis, refrões ganchudos.Luciano Vianna editor do "London Burning" classificou sabiamente "Colossal Youth" como "o melhor segredo dos anos 80".



Ficha Técnica:

Produtor: Young Marble Giants/ Dave Anderson
Integrantes: Alison Statton, Philip Moxham, Stuart Moxham
Primeira edição: Rough Trade, 1980
Reedição em Compact Disc: Les Disques Du Crepuscule, 1994

Faixas:
Young Marble Giants
Colossal Youth (1980)

1. Searching For Mr Right
2. Include Me Out
3. The Taxi
4. Eating Noddemix
5. Constantly Changing
6. N.l.T.A.
7. Colossal Youth
8. Music For Evenings
9. The Man Amplifier
10. Choci Loni
11. Wurlitzer Jukebox!
12. Salad Days
13. Credit In The Straight World
14. Brand-New-Life
15. Wind In The Rigging