Acuarela, 2001
Caro Júlio,
Não escrevi antes porque houve o rompimento de fibras óticas em algum lugar, isso deixou Rondônia sem acesso ao mundo, ou será que o mundo ficou sem acesso a Rondônia? (Deve ter sido pior para o mundo.)
Sim senhor, o tal, ou a tal, como dizem os lusitanos, Migala é de por as vísceras frias. Deus do céu, o que começa com uma guitarra tranqüila, uma bateria tão soltinha... sei lá o que é isso... já na segunda música eis aquela "harmônica?" com cara de música "francesa?" e aquela percussão que lembra um "xilofone?" em alguns momentos, vixe nossa até os "ruídos/distorções?" doem...
A terceira que lembra Tindersticks, assim como a quarta que começa com a bateria que lembra Ten New Songs, é deliciosamente triste. A propósito, minha ignorância não me permite analisar melhor mas, a quarta tem sua melancolia mitigada pelos sons de trânsito e "colisões?" e por diálogos "divertidos?", em espanhol, respondidos por monossílabos...
Enfim Júlio, seja pelo cello melancólico e grave, pela percussão "sombria/gótica?", o clima é de dor/solidão/perda/morte/consternção/reflexão, é algo que decididamente me gela as vísceras, me constrange os colhões...
Ah, como diria o prosélito de Kierkegaard, o clima é de desespero, seja por não "acreditar mais na humanidade", em decorrência de transtornos burocráticos, seja pela desolação diante da complexidade mesma do ser humano... o cello é comovente sempre... o som da "harmônica?" cheira a choro, sei lá... la noche... the guilt... la espera... tudo não é lindo e maravilhoso, é ,isto sim, sombrio/triste e pesaroso.
Haja existencialismo barato pra gente parafrasear. Busquemos as enciclopédias.!!!
Abraços Julião.
Por Leonildo Camilo Rosa
Eu já pedi mil vezes, mas ele não me leva muito em consideração. Trocaria todos os meus texos por um parágrafo dele.
Escreve bem, é mais inteligente - e o pior, finge não saber disso. Leonildo, deixa de ser fresco e monta seu blog e brinde-nos com a elegância de tuas palavras.
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