sexta-feira, março 21, 2003





Vic Chesnutt, Silver Lake (2003)



Não vejo a hora de ouvir este álbum.





domingo, março 16, 2003







Damien Jurado - Where Shall You Take Me
Secretly Canadian, 2003


Ano passado Damien Jurado assustou boa parte dos fãs ao lançar I Break Chairs, um álbum que primava pelo rock e tornava mais explícita sonoramente a violência de suas letras. Claro que tudo isso não era motivo para tanto estranhamento. Quem conhece um pouco sobre a vida de Jurado sabe que ele tocou em muitas bandas de rock antes de lançar-se como cantor solo e mesmo em seu primeiro álbum, Water Ave S (1997), exercitava uma híbrida coleção de canções que o dividiria entre o folk e o rock.

Texto completo nA Puta da Subjectividade

segunda-feira, março 10, 2003






Loose Fur – Loose Fur
Drag City, 2003



Loose Fur é o projeto paralelo que envolve 50% do Wilco (Glenn Kotche e Jeff Tweedy) e 20% do Sonic Youth (Jim O’Rourke). Não era de se esperar que esse álbum atingisse apenas 70% na escala de qualidade... Que maldade, merece mais. Não é nenhuma obra-prima e dificilmente fugirá do estigma de paliativo... Outra crueldade...

É um bom disco. Agradável de se ouvir, um exato cruzamento do Wilco com Sonic Youth mesmo, na cara dura! Talvez essa associação não assuste quem conhece Yankee Hotel Foxtrot, álbum em que o Wilco une ruídos com música folk (outros preferem chamar de Alt. Country).

Quem já ouviu as demos do YHF reconhecerá “Not for the Season”, rebatizada como “Laminated Cat” numa versão mais apática e reverberante do que a rock summerteeth era da “versão original”.

“Elegant Transaction” tem vocais de Jim e é uma canção muito agradável. As outras quatro canções apenas reafirmam as idéias e estruturas acima enunciadas.

Ah, bom também é a percurssão nada ortodoxa de Glenn Kotche, baterista que certamente equilibrou cérebros (ou egos?) tão criativos quanto os de Jim e Jeff.

É bonito e eficiente. Ouça, no mínimo, “Chinese Apple”.



Sonic Wilco, er… Loose Fur

sábado, março 08, 2003







Cat Power – You Are Free

Matador, 2003


Ela sempre volta. Demora dois, três anos, mas sempre traz boas novas (ou velhas, para garantir) em canções melodiosas e angustiadas que ferem por tanta beleza. Mas este não é um simples retorno se considerarmos que ela não lança material inédito desde 1998. Respirou um pouco, com fôlego recuperado, surpreendeu lançando o tristíssimo The Covers Record (2000) em que recriava (sem heresias) canções de boa cepa (“Satisfaction” dos Stones, “I Found a Reason” dos Velvets e “Red Apples” dos Smog).

You Are Free, seu sexto álbum, tem produção esmerada, participação de Eddie Vedder e merece ser antes ouvido em todas as suas particularidades (não as enumerarei).

O piano que abre o álbum faz cama para que os versos “Last time I saw you / you were on stage / Your hair was wild, your eyes were red/ And you were in a rage” de “I Don’t Blame You” cite a fúria Kurt Cobain e a escolha de seu destino. Em “Baby Doll” Chan indaga: “Baby like like like is all you see / don’t you want to be free? / Baby red red red fire is what you breath / don’t you want to be clean?”.



Cat Power


É até possível teorizar sobre o conceito de liberdade presente nas faixas do álbum: você é livre para decidir seu caminho, não há sofrimento que não seja merecido e a culpa só deve ser extirpada pela própria consciência. Não sei se é existencialista ou mais um estudo “casual” sobre nossas fragilidades.

You Are Free não é o melhor disco de Chan Marshall, mas certamente um dos pontos altos de sua carreira. Situa-se entre a rebeldia de What Would Community Think (1996) e o lirismo onipresente do belíssimo Moon Pix (1998).

terça-feira, março 04, 2003








Leonard Cohen - Death Of A Ladies' Man, 1977 (Columbia)


"Death Of A Ladies' Man" foi gravado sob a produção de Phil Spector, conhecido por seus trabalhos suntuosos com Beatles, Ronettes e Ramones. Spector é parceiro de Cohen em todas as canções, o que imprimiu ao disco uma sonoridade lounge, por vezes country, um pouco distanciada do formato folk. Os motes são relacionamentos e desencontros, como em "I Left A Woman Waiting" e "Memories". Bob Dylan participa dos vocais de "Don’t Go Home With Your Hard-On".

Cohen pretendia destruir a imagem de poeta triste e só (já na capa, Cohen está ao lado de duas mulheres numa mesa de bar). Tudo soa bem. É um disco que Lambchop, Tindersticks e o Smog desejariam fazer, mas ainda não beberam o suficiente para tal.

Destaques: "True Love Leaves no Traces", "Iodine", "Memories", "I Left a Woman Waiting" e "Don’t Go Home With Your Hard-On".



Leonard Cohen