Pavement, The Rock Band
Pavement
Este post seria sobre o Wilco, mas decidi no primeiro parágrafo escrever sobre o Pavement. Este post será sobre o
PAVEMENT:
Pouca gente sabe: o Pavement nasceu como um projeto paralelo de dois integrantes dos SILVER JEWS, banda liderada por David Berman, poeta e amigo de Bob Nastanovich e Stephen Malkmus. Estes dois últimos decidiram formar o Pavement nos idos de 1989 lançando singles pela gravadora DRAG CITY (a mesma que lançava os JEWS).
Silver Jews
Slanted and Enchanted
Em 1992 o grupo, já contratado do selo MATADOR, lança o incensado (merecido porque é realmente perfeito) SLANTED AND ENCHANTED. A crítica não resistiu a maneira desleixada e criativa do grupo compor suas canções. Era impossível não ficar petrificado com uma seqüência tão matadora: 1º. "Summer Babe", 2º. "Trigger Cut", 3º. "No Life Singed Her", 4º. "In The Mouth A Desert" (a minha predileta) até a última canção "Our Singer".
Watery, Domestic
Ainda nesse ano lançam o melhor EP da história - exagero? Ninguém os vence, disso tenho certeza - o WATERY, DOMESTIC. São quatro faixas que embora diferentes, nasceram para estar juntas: "Texas Never Whispers", "Frontwards", "Lions" e "Shoot the Singer". O EP siuta-se entre Slanted and Enchanted e Crooked Rain, Crooked Rain - e por isso tem o melhor amálgama de canções.
Westing (By Musket and Sextant)
A Drag City, primeira gravadora dos caras, sabiamente aproveita o incenso da imprensa e do público alternativo ao Pavement e em 1993 reúne num só album os singles e EPs do grupo de seu catálogo sob o nome de WESTING (BY MUSKET AND SEXTANT), disco bacana que ajuda bastante compreender a evolução sonora da banda. "Box Elder", "You're Killing Me" e "Debris Slide" e "My First Mine" são essenciais numa coletânea da banda.
Crooked Rain, Crooked Rain
CROOKED RAIN, CROOKED RAIN, 1994, o segundo álbum, foi tão elogiado quanto os segundo. O Pavement, demonstrava esperterteza ao não repetir a fórmula sonora do álbum anterior, que se aparava no lo-fi.
Crooked Rain era mais melódico e tristonho que o primeiro disco - e difícil era nãos e emocionar com suas baladas que falavam desconexamente de solidão ("Elevate me Later"), cortes de cabelo ("Cut Your Hair"), namoros ("Gold Soundz"), inimizades com outras bandas ("Range Life") e sonos intranqüilos ("Fillmore Jive").
Wowee Zowee
WOWEE ZOWEE, que em vinil é um álbum duplo, de 1995 - pode ser considerado A OBRA PRIMA DO PAVEMENT. É difícil explicar o facínio desse disco que mais parece um Frankstein - mas que resume todas as qualidades do grupo. As resenhas não aprovaram muito Wowee Zowee quando saiu. Ele é daqueles clássicos casos de albuns que só são compreendidos com o tempo. Muita gente já percebeu isso, felizmente. Clássicos: "We Dance", "Rattled By The Rush",
"Grounded", "Serpentine Pad", "Motion Suggests", "Father to a Sister of A Thought", "Best Friends Arm", "Grave Architecture", "AT & T" e "Pueblo".
Brighten the Corners
BRIGHTEN THE CORNERS, 1997 agradou os críticos mais que o disco anterior. O disco é bem pop e tem gravações mais limpas e número de faixas modesto (12 faixas ao todo) em relação a
Wowee Zowee. Quando eu disse pop queria dizer limpo, o que não quer dizer que o disco seja deglutível às primeiras audições. É um album triste, mesmo que haja piadinhas ("Stereo"), corinhos ("Blue Hawaiian") e roquinhos "inconsequentes" ("Embassy Row"). Tente não se emocionar com "Shady Lane", "Transport Is Arranged", "Old To Begin", "We are Underused" e "Fin".
Terror Twilight
TERROR TWILIGHT, 1999, mostra um Pavement mais clássico, claro e triste a começar pela capa e pelas primeiras notas de "Spit On a Stranger" (que rendeu um ótimo EP). É o Pavement envelhecido e reticente. Se não for clichê, vou usar a palavra MATURIDADE (não que os outros álbuns fossem de uma banda imatura). Produzido por Nigel Godrich (de Ok Computer do Radiohead), responsável pela equalização limpa e melódica das guitarras. Críticos se referiram ao album como um cruzamento entre "Abbey Road" dos
Beatles e "Loaded" do
Velvet Underground. Comparação que tem muito de verdadeira tanto na comparação sonora quanto no destino do grupo - afinal era sua última gravação - como Abbey Road e Loaded foram os últimos álbuns das duas bandas mais geniais da história.
Antes da separação do Pavement, ainda foi lançado o mini-álbum "Major Leagues" que trazia sobras de estúdio de outras gravações e versões ao vivo (na BBC) de "The Killing Moon", do
Echo & The Bunnymen e "The Classical", do
Fall.
Fiquei muito triste com o final do grupo. Sabia que ainda fariam maravilhas se estivessem juntos. Stephen Malkmus está respeitável na sua carreira solo junto com os Jicks, sua banda de apoio (vieram ao Brasil recentemente), lançou um disco bacana "Stephen Malkmus" pouco diferente do que fazia no Pavement. Scott Kannenberg formou o PRESTON SCHOOL OF INDUSTRY e lançou um disco legal também. Steve West dedica-se ao MARBLE VALLEY, que tem dois discos lançados. Bob Nastanovich, cuida de seus cavalos e não tenho notícias do Mark Ibold (Será que continua no Free Kitten?).
Torço muito para um retorno deles. E sei que ainda terão um grande momento e serão revisitados e eternamente lembrados por aqueles que se embeveceram com suas melodias.